terça-feira, 29 de setembro de 2009

Água & Exercício

  




     Existe uma verdade quase que universal na prática de exercícios físicos. Todos nós iremos suar durante uma atividade física. É fato, é fisiológico. É óbvio que existiram diferenças entre as pessoas, uns suarão mais outros menos, afinal de contas existe a individualidade biológica, mas todos irão suar. Uns poderão ficar ensopados, molhados, pingando suor. Outros farão pequenas marcas na camisa apenas, normalmente nas axilas (imagem linda não!?). Mas todos irão suar. Mas da onde surge tal suor? Da onde vem tal liquido? Isso é algo que muitos não sabem. A água presente no suor é oriunda da nossa corrente sanguínea, do nosso sangue. Juntamente com outras substâncias, como o sódio por exemplo, ela é eliminada pelos poros de nossa pele, tendo como finalidade a manutenção do equilíbrio térmico durante o exercício, ou seja, mantêm nossa temperatura corporal dentro dos parâmetros interessantes para o organismo, evitando assim uma hipertermia. Essa eliminação da água presente no sangue fará com que sua viscosidade aumente, trazendo mais trabalho para o coração e elevando a nossa pressão arterial. O sangue ficará mais grosso, mais espesso. Isso já não é uma situação interessante, pois o exercício naturalmente já faz com que a PA e os esforços do coração se elevem, havendo a necessidade de reposição desta água. Chegamos com isso ao ponto central da nossa conversa. A importância da água no exercício. Um dos fatores já foi citado. A reposição de água para o equilíbrio da viscosidade do sangue. E este é um fator muito importante. Outra coisa que podemos citar, e até possui relação com o que foi dito anteriormente, é a desidratação. Nosso organismo necessita de água para funcionar. Nossas funções fisiológicas possuem relação direta com a concentração de água em nosso corpo, por isso a importância de mantermos uma ingesta constante de líquidos durante a prática física. Indica-se que sejam ingeridos por volta de 250 ml de algum líquido a cada 15 min de atividade física, dando preferência logicamente à água. Muitos utilizam bebidas isotônicas no lugar de água, o que por um lado é bom, pois além de existir a reposição da água ocorre também uma reposição eletrolítica. Entretanto, para quem deseja emagrecer isto não é aconselhado, já que tais bebidas possuem glicose em sua receita, fazendo com que o organismo use-a como energia ao invés da gordura armazenada.


Relação de % de redução de peso corporal e as respostas orgânicas

% de Redução de peso corporal Resposta orgânica

1 Limiar da sede, limiar para os primeiros sinais de decréscimo da capacidade física.

2 Sede intensa, baixa apetite, vago desconforto e sentimento de opressão.

3 Aumento da hemoconcentração, redução da produção urinária, boca seca.

4 Redução de 20-30 % da capacidade física.

5 Dificuldade de concentração, dor de cabeça, impaciência e sonolência.

6 Severo decréscimo na regulação da temperatura em exercício, aumento da taxa respiratória, formigamento e insensibilidade nas extremidades.

7 Surgimento do colapso se combinado ao calor e exercício.

GREENLEAF (1992) citado por MARINS (1998).

 

 A água é indicada em todos os casos, até mesmo para os indivíduos que desejam uma hipertrofia muscular. Ela é uma das principais formadoras do sarcoplasma, que é a substância extra-elular presente nos músculos, é o citoplasma das células musculares. Como uma das formas de hipertrofia é a hipertrofia sarcoplasmática (aguardem artigos futuros!!!), o aumento da quantidade de água presente no sarcoplasma irá potencializar esta hipertrofia, deixando os marombados de plantão visualmente com mais massa muscular. Considera-se portanto a água um suplemento natural (GARON, 2009), que pode ser utilizada de forma inteligente para tal fim. Além disso que já foi mencionado, e dentro das funções fisiológicas brevemente citadas, podemos colocar outras importantes funções à água, como por exemplo o melhor funcionamento de nossos intestinos e a digestão em geral, , a manutenção de uma pele saudável e menos enrugada, manutenção do metabolismo num funcionamento adequado, grande importância na respiração e no equilíbrio ácido-base. Com tudo isso, concluímos claramente que é importante a ingestão de água durante e após a atividade física, principalmente nas atividades que promovem uma grande sudorese e em dias com temperaturas elevadas, protegendo assim nosso organismo de futuros problemas, e potencializando o resultado de nossos treinos.

sábado, 19 de setembro de 2009

Começar agora?



       Estamos chegando á época do ano onde inicia-se um aumento considerado do transito de pessoas nas academias. Afinal de contas estamos há cerca de três meses do verão!!! Precisamos malhar de forma insana para chegarmos à estação mais aguardada por todos e mostrar aquilo que foi esculpido com muito suor, durante três meses. Será possível isso? Logicamente que não. É fato que o corpo sarado, fruto de desejo da imensa maioria da população, não pode ser alcançado em período de tempo tão curto. Ele é um prêmio para as pessoas dedicadas ao exercício físico e demais atitudes necessárias para tal, sem contar os que usam meios não saudáveis para isso. O período de três meses tornará a pessoa um ser ativo apenas, como é denominado pelo ACMS, mas dificilmente ela chegará ao seu objetivo. Logicamente após este tempo existiram melhorias notáveis na pessoa. Além de uma mudança morfológica, poderão ser percebidas diferenças no humor e espírito de vida da pessoa, promovidas pela liberação de hormônios durante a prática de exercícios. Pode-se dizer que quase 100% das pessoas, tornam-se seres humanos mais felizes após iniciar um programa de atividades físicas. Mas ainda sim, elas esperam o corpo sarado no final do ano, coisa que não irão alcançar, já que o tempo de prática de exercícios é muito pouco. Esse objetivo pode levar anos, tudo depende do quão dedicado seja a pessoa, e como é o seu entendimento de corpo ideal, ou seja, o seu objetivo. Muitos desistem no meio do caminho, afinal de contas não é fácil. Ninguém disse que é fácil. Até quem utiliza meios "facilitadores" precisa malhar para chegar ao seu objetivo. Diria que a melhor época do ano para iniciar um programa de exercício é o inverno. É difícil. Realmente é, porém nesta época do ano temos o maior auxilio no nosso organismo para promover uma queima calórica, já que devido as baixas temperaturas temos nosso metabolismo acelerado, ou seja, um maior recrutamento de kcal para executar aas funções orgânicas. Somado a isto, podemos dar um auxilio ao nosso corpo, acelerando ainda mais nosso metabolismo e promovendo um dispêndio energético maior. Como fazemos isso? Atividade física. Exercício. Movimento. Estaremos com isso tendo uma queima calórica muito interessante, que irá ajudar em muito num emagrecimento, que é o desejo da maioria da população. Mas porque isso não ocorre então? Além do fato de poucos pessoas iniciarem ou manterem a rotina de exercícios no inverno, temos um aporte calórico maior, promovido por uma ingesta de alimentos aumentada, e normalmente alimentos extremamente calóricos. Traduzindo: comemos muito no inverno, e comemos justamente pela maior queima calórica que ocorre neste período, pois nosso corpo precisa se esforçar mais para manterem nossa temperatura corporal. Isto quer dizer que se um individuo, já praticante ou que está iniciando agora a pratica de exercícios, consegue manter uma alimentação saudável e balanceada durante o inverno, têm a tendência de conseguir resultados bem interessantes. Sem contar que até o verão, terá pelo menos uns 6/7 meses, o que através de uma periodização bem estruturada e elabora poderá lhe trazer excelentes resultados. Talvez ele ainda não tenha alcançado o seu desejo, mas está bem próximo a ele. É muito provável que no próximo verão, mantendo a prática de exercícios e alimentação saudável, seu objetivo esteja plenamente alcançado, logicamente dentro daquilo que sua genética irá deixar. Vale salientar isso. Não adianta um individuo que não é favorecido geneticamente querer um corpo similar aos dos grandes fisiculturistas. É genético. Não adianta você quer uma grande hipertrofia, se suas fibras musculares são as de contração lenta, ou seja, promove resistência. Assim como o contrário. Você nunca será um grande maratonista tendo primordialmente fibras de contração rápida. Força. É genética. Mas podemos alcançar excelentes resultados. Mas não em 3 meses, nunca em 3 meses. Com essa soma de informações, conclui-se que o fato de as pessoas começarem a prática de exercício faltando três meses para o verão, poderá fazer um efeito devastador ao futuro da pessoa como praticante de exercício. Dizemos isso pela seguintes fatos: é muito provável, quase que 100% de certeza, que aquilo que a pessoa tinha como objetivo não será alcançado em tão pouco tempo. Isso fará com que a mesma desista da prática de exercícios, justamente pela demora para alcançar os objetivos. Seu pensamento será o seguinte: "me dediquei 'tanto tempo' para nada, continuo quase a mesma coisa". O que não observamos é que além do pouco tempo de prática de exercícios, o objetivo criado é errado. Pensamos sempre no produto final, e não numa melhora progressiva, atingindo pequenos resultados, mantendo um desafio atingível. Isso estimula a continuarmos, pois estamos conquistando nossas vitórias, nossos objetivos, pequenos objetivos, em prol da conquista suprema. Podemos considerar estes os dois grandes erros. Mas isso é normal. Somos sonhadores, mas infelizmente sonhamos demais. Um bom planejamento de exercícios, ou periodização, pode mudar isso. É normal que a cada dois meses as academias reavaliem seu alunos, pelo menos as que entendem que esse é o tempo que irá decidir o abandono ou não a prática de exercício, mostrando que eles tiveram melhorias físicas e estão, dentro do planejamento, conquistaram vitórias. É uma questão de conhecimento de pessoas e de mercado.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vigorexia

  Um dos fatores da busca pelo exercício físico, talvez o principal fator, é a melhora da condição estética do individuo. Trata-se portando de uma busca exacerbada de melhorias e transformações morfológicas que, no ponto de vista de seus idealizadores, irão "transformá-los" em pessoas melhores. O problema é que, por muitas vezes, estas pessoas estão dispostas a submeterem-se a qualquer tipo de situação para atingir este "corpo ideal". Sem levar em consideração aqueles que utilizam meios ilícitos para isso, podemos identificar inúmeras pessoas que desenvolvem transtornos psicológicos graves em decorrência da sua dedicação excessiva com os exercícios ou com as dietas. Transtornos alimentares como bulimia e anorexia, tão comumente divulgados na mídia, são apenas alguns dos distúrbios. Percebe-se hoje um aumento em progressão geométrica de casos de vigorexia. Ela possui como grande característica o fato de existir uma preocupação excessiva com sua aparência em decorrência da atividade física, ficando a pessoa literalmente viciada em exercício. É algo muito parecido com a síndrome de Narciso, porém a vigorexia está ligada a prática física. As pessoas que sofrem de tal distúrbio deixam de perceber a real situação do seu corpo, ou seja, passam a deturpar a própria imagem corporal. Frases como: "eu ainda estou pequeno"; "preciso crescer mais", são comuns sobre os impactados por tal, apesar de claramente o que é citado por eles não ser verdade, ou seja, eles podem se "achar pequenos", mas na realidade já estão com uma hipertrofia muscular desenvolvida. A vigorexia, assim como a anorexia, faz com que o individuo abra mão de inúmeras coisas, como a saúde, para atingir o seu benefício. Passar horas em uma academia (2, 3, 4 horas) é normal para o individuo vigorexo, o que claramente é um exagero, fato este que não é realizado nem por atletas de alto nível, como os fisiculturistas por exemplo. Entretanto, como já foi mencionado, a pessoa com vigorexia não percebe-se com portador de tal doença, ele não sabe que possui vigorexia, afinal de contas é um distúrbio psicológico. Isso dificulta em muito o seu tratamento, pois logicamente é preciso a aceitação para tal. O profissional de educação física pode claramente identificar e orientar a pessoa vigoréxica, mas logicamente seu tratamento é clínico, pois ela é uma doença. A melhor forma de combatê-la é tomar medidas profiláticas, ou seja, orientação e prevenção. Um programa de exercícios bem elaborado e um aluno bem orientado não precisará passar horas dentro de uma academia. E isto é responsabilidade do professor deste aluno, ou seja, o profissional de educação física. É óbvio que existem indivíduos mesmo com orientação, irão realizar o seu treinamento de maneira inadequada, mais esta já é outra história

domingo, 13 de setembro de 2009

Atividade física na melhor idade

  
O processo de envelhecimento faz com que tenhamos uma diminuição gradual das funções de nosso organismo. Isto é algo natural e inevitável. Entretanto, existem formas de desacelerarmos este envelhecimento de nosso corpo. Como? Mantendo hábitos saudáveis durante toda a nossa vida. Alimentação balanceada, exercícios físicos e diminuição do stress são alguns dos fatores que caracterizam esta vida saudável. Mesmo tomando estas medidas, nós iremos envelhecer, já disse, é inevitável. Com isso, é interessante que ao chegarmos à terceira idade (ou melhor idade), nosso interesse em manter uma vida saudável continue vivo. O exercício físico entra com um papel fundamental nesta questão, pois a sua prática poderá definir se o individuo continua convivendo conosco ou não (ou seja, se ele continuará vivo). Pode-se dizer isto, devido alguns fatores promovidos pelo exercício,onde podemos relatar quatro situações:
  • Dentro do processo de envelhecimento, nosso corpo passa por várias mudanças, uma delas é o aparecimento de um processo natural chamado Sarcopenia. Ela é a diminuição gradual do nosso tecido muscular, dos nossos músculos, acarretando portanto graves problemas. A sarcopenia tem o seu inicio por volta dos trinta anos, onde após essa idade começamos a perder gradualmente a nossa massa muscular, o que irá aumentar proporcionalmente com o passar dos anos. Isso irá interferir diretamente em nossa qualidade de vida, pois essa diminuição irá promover uma redução da nossa força, uma redução do nosso metabolismo já que os músculos são grandes consumidores de energia, teremos problemas em nos movimentarmos, perdendo agilidade e resistência muscular, entre outros inúmeros problemas. O exercício físico, o treinamento de força mais especificamente, terá como resultado uma hipertrofia muscular, ou seja, um aumento dos nossos músculos, desacelerando este processo de sarcopenia. Não há como evitar a perda gradual de tecido muscular, mas com o treinamento nós fazemos com que existam ganhos deste tecidos, podendo até alcançar resultados muito interessantes, aumento a massa muscular do individuo ao ponto de a sarcopenia não fazer efeito nele, apesar dela estar constantemente ocorrendo. Perde-se de um lado, porém ganha-se do outro. E ganha-se mais do que se perde. Isso melhora em muito a qualidade de vida dos idosos.
  • Outro fator importante do exercício físico na terceira idade, é que o exercício causa impacto, causa stress. Mas isso irá ajudar um idoso, causar impacto? Sim, é óbvio que sim. O porquê é simples. Uma das principais doenças que aparecem com o avanço da idade é a osteoporose que é a diminuição de nosso tecido ósseo, tornando no esqueleto frágil e quebradiço. Não é que perderemos nossos ossos literalmente, mas a densidade óssea diminuirá muito, teremos menos células ósseas dentro deles, tornando-os mais ocos. A produção destas células do sistema ósseo está ligada diretamente ao impacto existente sobre elas. Este impacto estimula os osteoblastos e osteoclastos, que são os responsáveis pela manutenção de nosso tecido ósseo. Sendo assim, o exercício possui papel fundamental, pois uma simples caminhada já produz impacto benéfico neste caso, sem contar que as contrações musculares geram uma tensão sobre nosso sistema esquelético, já que nossos tendões estão inseridos nos ossos e literalmente puxam os mesmo para que exista o movimento articular.Novamente o treino de força será interessante. Mas não é perigoso os idosos fazerem musculação? Eles podem fazer este tipo de treino? Devem fazer, desde que obviamente estejam com acompanhamento de profissional adequado (profissional de educação física) e com liberação médica para tal.Fica evidente que devem ser tomados alguns cuidados com relação aos exercícios escolhidos e as cargas utilizadas, mas não podemos pensar que nossos queridos velhinhos são seres extremamente frágeis, eles só precisam de alguns cuidados, devemos provocar stress neles (stress relacionado ao exercício, estímulo, tirar da homeostase, não entendam errado por favor) para que eles desenvolvam melhorias físicas. A musculação é uma ótima opção de exercício, mas existem outras, como a hidroginástica, ciclismo, esportes variados, o pilates (porque não?!), a yoga, entre outros. Diria que o interessante seria que os idosos experimentassem várias modalidades de atividade física, e escolher aquela que lhe fizer sentir melhor. Como opinião pessoal, indicaria ao menos duas atividades, colocando como uma delas a musculação, pois é uma atividade que quando bem elaborada e controla, só trará benefícios, e causará um stress muito benéfico a esta população.
  • Além dos benefícios físicos e fisiológicos já citados, o exercício tem uma grande importância na situação psicológica dos idosos. Sabemos que esta é uma idade muito propensa a desenvolver depressão, pois infelizmente é normal que exista um abandono por parte da família (não o abandono propriamente dito, mas uma diminuição da atenção e importância que é dada ao idoso). O fato de teoricamente estar mais próximo do fim da vida também é um fator depressivo, o falecimento de cônjuges e amigos de longa data, diminuição da vida social, todos estes fatores somados a inúmeros outros irão favorecer a um estado psicológico mais delicado. A atividade física promove uma socialização e um estado de bem estar de forma natural, principalmente na terceira idade. Isso ocorre pois dificilmente eles irão realizar o exercício sozinhos, a grande maioria realiza em grupos, aumentando portanto o convívio social e fazendo com que eles conheçam novas pessoas, sendo esses grupos formados por indivíduos da mesma faixa etária, existindo uma troca de experiências muito importante. Como já foi mencionado em oportunidades anteriores, o exercício promove a liberação de hormônios que causam a sensação de bem-estar (serotonina por exemplo), agindo como um antidepressivo natural. Além de tudo isto, as melhorias morfológicas promovidas pelo exercício (emagrecimento, aumento de massa muscular) também geram situações de bem-estar, afinal de contas quem é que não gosta de se olhar no espelho e sentir-se bem? Ainda mais quando esses resultados são conquistados com determinação, doando-se a atividade realizada. Não há como não se sentir satisfeito e realizado. Diria que estes benefícios promovidos pelo exercício físico são dos mais importantes, já que uma situação psicológica ruim interfere em muito na qualidade de vida das pessoas, e ninguém gosta de viver nesta situação. Nem os idosos.
  • O último, mas não menos importante, benefício que será relatado, possui relação com as doenças que afetam as pessoas, e logicamente os idosos. Diabetes, câncer, hipertensão arterial, cardiopatias, doenças do sistema respiratório entre outras, todas podem ser minimizadas pelo exercício físico, desde que este seja orientado de forma correta. Esta não é uma situação específica para os idosos, e sim para a população em geral, mas como este grupo é mais delicado e propenso a desenvolver estas doenças, necessitam de uma atenção especial neste sentido. Não vou entrar em detalhes de como o exercício atua na prevenção ou combate as doenças citadas (deixando isso para uma próxima oportunidade) mas podemos dizer que possui relação direta com as mudanças promovidas pelo exercício, principalmente em relação ao emagrecimento, já que existe uma tendência à obesidade com o passar dos anos (um dos fatores disso é a sarcopenia) e também ao sedentarismo, onde a soma destas duas realidades torna-se potencialmente fatal e propicia uma situação favorável ao aparecimento ou comprometimento de inúmeras patologias. Volto a dizer, esta não é uma situação exclusiva dos idosos, pois estes benefícios abrangem toda a população, mas não é por isso que não vale a pena salientar a sua vital importância para esta querida população, merecedora de respeito e condições para ter uma vida saudável e prazerosa.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Corrida x Caminhada

     Não é novidade para ninguém que a atividade física promove muitos benefícios para o seu praticante. Muito se fala dos seus benefícios e da sua importância, podendo citar as alterações morfológicas e psicológicas como as mais procuradas pelas pessoas. Traduzindo: Queremos mudar nosso corpo (emagrecer ou ter uma maior hipertrofia muscular são as principais mudanças buscadas) e melhorar nossa qualidade de vida. Todos sabem que o exercício promove essas mudanças, entretanto muitas vezes existe uma dúvida com relação ao tipo de exercício a ser praticado. Sem contar as inúmeras modalidades existentes nas academias, a corrida e a caminha são as atividades mais procuradas por todos para iniciar alguma atividade física, até porque não precisamos pagar nada para realizá-las, basta der disposição e tempo. Mas qual delas devemos realizar? Corrida? Caminhada? Depende. Diria que depende em muito da situação em que você se encontra, ao seu grau de sedentarismo e condição física. A corrida promove uma queima calórica maior que a caminhada, afinal de contas estaremos com nossos batimentos cardíacos em níveis mais elevados, ou seja, o stress provocado pela atividade será maior. Existe a tendência de uma elevação da pressão arterial e uma maior necessidade de substratos energéticos durante o exercício, isto quer dizer que um tempo x de corrida, comparado ao mesmo tempo de uma caminhada, leva a pessoa a queimar mais kcal, auxiliando no emagrecimento por exemplo. Este stress elevado, em comparação com a caminhada, irá atuar sobre nosso sistema musculoesquelético também, ou seja, teremos maiores impactos e exigências de tal sistema. Sendo assim, é preciso que a pessoa que irá realizar esta atividade esteja com uma condição física mais interessante, com um condicionamento físico melhor, caso contrário as exigências do exercício não serão suportadas pelo organismo, podendo levar esta pessoa a sofrer alguma lesão ou situações ainda piores (um lesão de um músculo muito importante por exemplo, o miocárdio. Traduzindo = enfarte do miocárdio). A caminhada também tem os seus benefícios, pois ela também possibilita uma queima kcal maior (comparado ao repouso), promove a utilização de substratos energéticos de uma forma interessante, e proporciona uma liberação de hormônios que são benéficos ao organismo. Logicamente, as proporções do mencionado serão menores do que numa situação de corrida (comparando o mesmo tempo por exemplo). Para que possamos ter os benefícios que teríamos na corrida, precisamos caminhar mais, durante mais tempo. A caminhada exige um condicionamento físico menor do seu praticante, pois atribuirá exigências menores que a corrida, mas isso não quer dizer que ela não seja interessante. Podemos dizer que o ideal é que a pessoa inicie a sua prática de exercícios com a caminhada (mediante liberação médica e orientação de um profissional de educação física), estabelecendo limites e objetivos condizentes com a sua situação física atual. Mediante as evoluções naturais promovidas pelo exercício regular e melhora do condicionamento físico, deveram ser realizadas alterações no treino para manter estas melhorias e promover novas alterações em nosso organismo. É preciso provocar mais stress ao corpo, para que este volte a se adaptar, mas agora em uma situação de melhor condicionamento. Com o passar do tempo, a caminhada deixará de promover situações de stress, pois nosso corpo estará plenamente adaptado a ela, ficando interessante o início de programas de corrida. A pessoa continuará caminhando, porém durante uma parte do seu treino ela irá desenvolver uma corrida, aumentando o tempo da mesma com o passar do tempo. Uma boa forma de realizar isto é o método de treino intervalado, podendo o praticante iniciar com 2 tempos de caminhada para 1 de corrida (2 min. caminhando e 1 min. correndo, por exemplo) e evoluir conforme a necessidade, chegando a valores invertidos (1 min. de caminhada e 2 min. de corrida, 1 min. de caminhada e 3 minutos de corrida, e assim por diante). Tudo dependerá da evolução de cada pessoa. Este treino é indicado para pessoas portadoras de problemas respiratórios também, como o asma, pois irá promover um tempo de recuperação entre os esforços mais extenuantes. Após isso, o praticante estará com um condicionamento físico interessante, e poderá realizar apenas a corrida, pois será este o exercício necessário para estimular se organismo. Concluímos com isso que tanto a caminhada quanto à corrida são interessantes e terão seus resultados, devendo a escolha ser feita de acordo com a necessidade e possibilidade de cada um. É importante ressaltar que tanto o início, quanto a evolução da atividade física deve ser orientada por um profissional capacitado para tal, evitando situações de risco e potencializando os resultados com um treino adequado.

domingo, 6 de setembro de 2009

Por que engordamos?

    O processo de engorda, aumento da porcentagem relativa de gordura corporal, está diretamente ligado ao processo natural de sobrevivência dos seres vivos. É comumente utilizado que nosso corpo é uma "máquina perfeita". E realmente podemos fazer esta afirmação. Um dos fatores para tal idéia, é que temos a capacidade de armazenar energia que não utilizamos, ou seja, enchemos nosso tanque de combustível constantemente e aquilo que não utilizamos pelas próximas horas como energia, transformamos em reserva. Exatamente como um Camelo resguarda energia para suportar longos períodos sem ingesta de alimentos ou água. E justamente esta defesa natural de nosso organismo, faz com que estejamos constantemente "engordando", caso a energia produzida com a ingestão de alimentos não seja totalmente dissipada. Traduzindo tudo isto, nosso corpo tem medo de que não façamos a reposição da energia que foi utilizada, por isso cria uma reserva. Isto ocorre principalmente quando existe um intervalo muito grande entre nossas refeições. Um exemplo seria a seguinte situação: tomamos um formoso café da manhã por exemplo, mas devido aos problemas da vida moderna e a correria necessária para exercer as funções laborais, acabamos negligenciando a alimentação e temos como próxima refeição o almoço, cerca de 5 a 6 horas após o desjejum. Nosso organismo, inteligentemente no ponto de vista da sobrevivência, faz com que as kcal ingeridas no café da manhã não sejam totalmente consumidas, pois ele "não sabe" em que outro momento iremos nos alimentar. Ele busca a preservação da nossa "saúde" e manutenção de nossas funções pelo maior tempo possível. Como é de costume, voltamos a realizar uma nova ingesta depois de mais de 5/6 horas, o jantar. E novamente nosso organismo visa o nosso bem estar e preserva energia, como disse. Ficamos tanto tempo sem comer que ele não sabe quando este ato voltará ocorrer, ele não está condicionado para uma queima calórica ideal. Além disso, quando realizamos tais refeições, abusamos no consumo calórico, afinal de contas ficamos 6 horas sem ingerir nenhum alimento. Somamos duas situações portanto: Um longo período sem ingesta de alimentos, e quando os ingerimos, é através de bombas calóricas e alimentos poucos saudáveis em sua maioria. Partindo desta análise que foi feita, chegamos a conclusão que devemos enganar nosso corpo. Mas isto não é bom, afinal de contas nosso metabolismo acumula energia para o nosso bem, para nos preservar em situações limites (ironia). Na verdade, a expressão correta seria condicioná-lo. Condicionar nosso organismo a manter uma "queima" calórica, utilização na verdade, mais constante, diminuindo a quantidade de gordura que é estocada. Mas ai tem um problema. Nosso corpo gosta de acumular gordura, e nós queremos que ele não o faça. O que fazemos então? Como foi dito no início, o organismo preserva energia pois não sabe quando a mesma será novamente disponibilizada. Fazemos isto então, ao invés de enchermos nossos tanques de combustível três vezes ao dia (café da manhã/almoço/ jantar) incluímos mais refeições entre estas, dobrando o número de refeições, chegando num mínimo de seis ingesta diárias de alimento. Com isso, ao invés de nos alimentarmos a cada 6 horas como no exemplo, faríamos isto a cada 3 horas. Manteríamos portanto nosso corpo numa constante utilização de energia recém ingerida, e ele não teria tempo suficiente para realizar sua atividade preferida, acumular energia, a qual é reservada na forma da indesejável gordura.
Resolvida tal situação, partimos para um segundo ponto: estamos nos alimentando mais vezes por dia (ao menos seis), mas não podemos comer como comeríamos em três refeições. Esqueçamos portanto os pratos conhecidos como "montanhas", ou pratos de "pedreiro". Precisamos ingerir uma quantidade calórica similar ao que comeríamos em três refeições, isto quer dizer, uma grande quantidade de refeições diárias, porém pequenas porções em cada. Caso contrário, nosso organismo continuará armazenando os excessos de Kcal. O que fazemos então? Bom, uma das coisas já foi dita, controlar a quantidade de calorias em cada refeição. Entretanto, chegamos agora num dos pontos fundamentais para impedir o que já sabemos que é inevitável, o processo de engorda, adorado por nosso corpo. Adorado apenas por "ele", pois apesar de sabermos que é algo para o nosso bem, em certo ponto de vista, isto pode nos trazer graves problemas. Doenças que por enquanto não serão citadas, mas que com certeza irá encurtar as nossas vidas. Se mantiver o que foi dito, um maior número de refeições diárias com as quantidades de calorias controladas iremos de certa forma desacelerar o acumulo indesejado de energia, excluindo situações de patologias e afins que podem interferir neste ponto. Mas iremos emagrecer com isso? Pode-se dizer que sim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Como emagrecer? (continuação post anterior)


   Digo que sim, pois, iremos emagrecer, mas não será algo muito expressivo, até porque, deixaremos de acumular algumas calorias diárias, e para efeito de conhecimento, para perdermos um quilo de gordura, necessitamos de uma queima calórica de 9000 Kcal (1g de gordura = 9 kcal), Mesmo não citando números, percebe-se que o emagrecimento será muito aquém daquilo que é desejado pela grande maioria da população. O que fazer então? Precisamos gastar mais calorias do que ingerimos, fazendo com que nosso corpo comece a utilizar aquilo que está armazenado, digamos, a nossa corcova (com todo respeito aos camelos, mas aquilo é muito feio!!!). Para que isto aconteça, podemos diminuir drasticamente a quantidade de calorias que ingerimos (consumir 1500 kcal, ao invés de 2000 kcal por exemplo), ou seja, um regime. Porém, isto pode até funcionar durante um determinado período de tempo, pois iremos perder peso, mas ainda sim não estaremos condicionando da melhor forma possível o nosso metabolismo. Ele irá recrutar a energia necessária das nossas reservas, mas estará sempre disposto para acumular energia quando deixarmos nosso controle alimentar de lado, até porque, não é fácil comer menos do que precisamos. Em um determinado momento, quase que com plena certeza, este controle irá por água abaixo, e voltaremos a ter corcovas (ou pneuzinhos, como preferir). Uma forma mais eficaz de realizarmos o desejado e ainda por cima condicionarmos nosso metabolismo de uma forma mais saudável e durável é a prática de exercícios físicos regulares. Ao realizar uma atividade física, iremos promover uma maior queima calórica, sendo variável de acordo com o tipo de exercício, intensidade do mesmo e etc. Quando realizarmos o exercício físico, nosso corpo precisará de um suporte calórico maior, começando a recrutar a energia que está acumulada. Pode parecer que é algo parecido com o regime citado, entretanto, não teremos apenas uma maior necessidade energética que irá favorecer o emagrecimento, com o exercício nós iremos promover várias mudanças fisiológicas em nosso organismo, onde além da melhora do estado de condicionamento de nosso sistema cardiorrespiratório, acontecerá um processo de estimulo de aumento de nossa massa magra, ou dos músculos em uma explicação mais simples. Nosso tecido muscular necessita de uma grande quantidade de energia para seu funcionamento, ou seja, eles queimam muitas calorias. Sendo assim, quanto maior nossa massa muscular, mais energia será recrutada durante nossas atividades, diminuindo progressivamente nossa gordura acumulada. Sem contar que o exercício potencializa a produção e ejeção de hormônios que produzem um estado de bem estar físico e mental. Fazendo uma nova tradução, com o exercício físico, estaremos com uma queima calórica superior, comparada ao sedentarismo; teremos uma porcentagem de massa muscular corporal maior (tendo como conseqüência uma maior solicitação calórica durante o dia); estaremos promovendo situações de bem-estar (dissipando hormônios como a serotonina, melhorando nosso humor); e iremos promover melhoras físicas que poderão melhorar nossa qualidade de vida e prolongar a nossa passagem por aqui (diminuição do esforço realizado pelo coração, preservação do organismo mediante doenças de distúrbios metabólicos - diabetes miellitus, hipertensão arterial, câncer, dislipidemias em geral e etc. - diminuição do percentual de gordura corporal, dentre outras).

Para finalizar, vale salientar que a melhor forma de promover o emagrecimento é a soma de duas situações que foram relatas. O exercício físico, com todos os argumentos apresentados, e o regime. Na verdade não consideramos um regime, uma restrição alimentar, mas sim uma melhora na qualidade dos alimentos que são ingeridos, dando preferência aos alimentos naturais e evitando os industrializados. Ou seja, ao invés de comermos um belo cheese burguer, de hipotéticas 500 kcal, iremos nos alimentar desta mesma quantidade de calorias, mas tendo como fonte verduras, cereais, frutas, legumes e demais alimentos que serão menos prejudiciais a nossa saúde. A quantidade de kcal ingerida será a mesma, mas a qualidade das mesmas será diferente. Evitaremos tipos de gorduras que são extremamente prejudiciais ao nosso organismo, a gordura trans por exemplo, e estaremos ingerindo alimentos que irão nos favorecer dentro do processo de emagrecimento e potencialização da nossa situação de saúde. Sabendo as fontes mais interessantes, vale ressaltar que o exercício irá promover uma "vontade" do nosso corpo em consumir mais calorias, até porque o gasto energético estará maior. Entretanto, torna=se evidente que para que utilizemos nossas reservas de gordura como fonte energética, não podemos ceder a todas as vontades do corpo. Claramente percebe-se que, não é porque o seu corpo quer mais, que você vai dar a ele. Ou seja, devemos manter o controle das calorias ingeridas (o ideal é que os valores sejam estabelecidos pelos profissionais da nutrição), mas basicamente podemos entender o seguinte: a média de calorias necessárias para manutenção de nossas atividades diárias pela população são 2000 kcal, sem o exercício. Hipoteticamente falando, com o exercício teremos um aumento em 400 kcal, chegando há um valor de necessidade calórica diária de 2400 kcal. Entretanto, iremos manter o consumo de 2000 kcal, para que as calorias restantes sejam retiradas do nosso estoque. Obviamente, quanto menos calorias forem ingeridas, mais haverá a necessidade de nosso suporte calórico de reserva, devendo-se ficar atento ao nosso metabolismo basal para estabelecer este valor mínimo de ingesta. Concluindo, pode-se dizer que o emagrecimento é uma situação complicada, pelo seu empenho exigido, porém não é impossível de ser alcançado. Basta que a pessoa mantenha um bom controle alimentar (feche a boca!!! Mas não com tanta voracidade), e inicie um programa de exercícios físicos, logicamente orientado, para que possa atingir os seus objetivos de uma forma eficiente, duradoura e saudável.